Outubro 2010. poucos instantes depois.
Uns metros mais à frente o Guia Humano sugeria, “Olhe ali e ali e ainda ali!" Eu com a cabeça à nora não sabia para que lado me virar. Tentei ser lesto, contudo fiquei ainda mais atrapalhado quando o cinto e o cordão da máquina se enlaçaram nos meus movimentos. De tão desajeitado, mais parecia uma marioneta que ganhava vida após longa privação, "São os nervos" – pensei; ao mesmo tempo que mordia o lábio e idealizava o complexo "homem-máquina", um ser humao munido com uma potente teleobjectiva acoplada às órbitas oculares e um chip no cérebro onde seriam registadas e armazenadas centenas de imagens por segundo. Confesso, foi uma triste imagem que desejei verosímil. Resultado; nem uma fotografia. Deixei-me de ficções improváveis e remeti-me à minha lentidão de processos. As aves voaram num bando, segundo o meu Guia Humano, superior a cem indivíduos. Fiquei a olhar o horizonte de boca aberta, maravilhado, sem saber o que contar.
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