terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Aves da Quinta da Alagoa - Felosa-bilistada (Phylloscopus inornatus)

 

Durante as minhas caminhadas tenho por hábito visitar a Quinta da Alagoa, em Carcavelos. É um local bastante aprazível mas a evitar (pelo menos para mim) durante o fim-de-semana devido. É muita gente que se junta neste espaço para festas de aniversário ou passeios domingueiros. Nada contra, porém o meu mau feitio arraçado de resmungão anti-social não deseja levar com um petardo de uma bola de futebol nas partes baixas, como já aconteceu. Por isso evito a Quinta da Alagoa ao fim-de-sema. Contudo, reconheço a sua importância para o convívio familiar. Já para quem queira passar um tempo a ler em frente à lagoa ou outra aclividade que requeira alguma paz e silêncio, recomento este espaço só durante os dias de semanas. Bem, foi isto que aconteceu hoje! 

A visita que fiz à Quinta da Alagora teve como principal intuito registar a felosa-bilistada (Phylloscopus inornatus)) que por lá tinha sido observada. Fui alertado pelo amigo Frade e juntamente com o amigo Luís lá fomos. Quando chegámos, colocámos o chamamento numa árvore perto da lagoa, e registámos alguma actividade, provavelmente uma felosa-comum, mas sem certezas. Não desistimos e tivemos sorte; uma vez que veio ter connosco quem tinha inicialmente encontrado esta espécie na Quinta da Alagoa. Pois bem, com a sua ajuda, encontrámos o bicho que de mu.to irrequieto ainda deu para um fugaz registo mesmo em fraca luz. Foi o que se arranjou. Pelo menos sem canções de "parabéns a você" ou boladas que me deitassem ao chão. Adoro este jardim quando o relógio anda  em contraciclo social.

9-11-2022





segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Líquenes de Monsanto - Cladonia humilis

Os líquenes resultam de associações simbióticas estabelecidas entre algas e fungos. Desta relação todos saem a ganhar; os fungos ficam com o açúcar produzido pelas algas, as algas, por sua vez, recebem a protecção dos fungos. Neste caso temos um líquen foliáceo em plena frutificação.

















quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

O salto da baleia-de-bossa

Podia começar e acabar assim. Vezes sem conta; o mesmo movimento, numa repetição contínua, num ciclo de intervalos perfeitos, entre a massa de água e o animal que se agiganta num salto gracioso. Uma explosão líquida. Os olhos molhados pela bofetada de sal, o rosto encharcado pelo ecoar da adrenalina em gritos que espicaçavam as ondas, um barco prestes a desfazer-se em felicidade. Humildemente, senti que não sabia nada, não controlava nada, era apenas mais um salpico de espanto, sacudido pela enorme barbatana que nos dizia adeus. No meio do oceano Pacífico, esta baleia-de-bossa, gravou na minha memória este instante que dificilmente irei esquecer. Humildemente grato e consciente da finitude da minha praia.




M22

  Uma lágrima faz estremecer o vinco do lençol imaculado como uma flor ainda sem nome, há dias em que as palavras são audíveis rasgos ...