terça-feira, 28 de julho de 2020

um adeus a um amigo

é de difícil aceno
o adeus desta hora,
relembro
aqueles turnos que desfizemos juntos,
onde sabíamos de cor o horário das fogueiras
e com eles fizemos nossas brincadeiras,
na forma como do trabalho escrevemos
camaradagem.

é sempre um adeus incompleto,
este esgar que nos arranha a garganta
arrasta-nos de braços juntos para a queda;
o olhar fica no traço dos céus,
nas noites e nas madrugas,
nos cafés poema e nas estradas,
dos jogos que ficaram por desafiar,
até aos níveis de sorrisos que estão por completar.

no rasto das nuvens oiço as tuas piadas 
que por serem secas têm mais graça,
porque és tu que as dizes em relâmpago comédia
meu afável amigo...
não temos noite nem dia por hoje
e tudo o que ficou por fazer...
inscreve-se no teu sorriso com que dizes até já.





para o Alvarinho.





M22

  Uma lágrima faz estremecer o vinco do lençol imaculado como uma flor ainda sem nome, há dias em que as palavras são audíveis rasgos ...