sexta-feira, 31 de maio de 2013

Peter Murphy volta a Lisboa para tocar Bauhaus

Foi uma noite única. 
Às vezes sabe bem gritar, ficar rouco, com dores nas pernas e nas costas; só assim ganhamos a certeza que os anos passam (20 para aí) e que ainda temos algumas histórias para contar. 

Foi há mais de vinte anos que ouvi "BELA LUGOSI'S DEAD"pela primeira vez. Foi à tanto tempo que parece que foi ontem... e foi. Foi ontem que ouvi Peter Murphy a cantar com uma voz tão poderosa como nunca. Com uma presença em palco como o palco fosse ele. Onde desfilaram canções cheias de memória. Depois veio a saudade, nome que se veste de preto e embarga a voz. O concerto acabou com uma versão de "Transmision" dos Joy Division. O motivo pela qual Peter Murphy escolheu um tema de uma banda de culto para fechar uma noite de culto aos Bauhaus não sei, mas soube tão bem... 
Que venham outros... 
Vinte.











terça-feira, 28 de maio de 2013

O Mocho e o vento

Este mês fiz uma viagem fotográfica pelo Alentejo onde filmei e fotografei um momento que agora partilho.

Também disponivel no Meo Kanal 747500 e Vimeo


segunda-feira, 20 de maio de 2013

Exposição de Fotografia 4 Estações sobre Monsanto

Meus Amigos,
gostaria de partilhar com vocês o resultado de muitas horas a observar a biodiversidade do Parque Florestal de Monsanto.

A inauguração será dia 22 de Maio, pelas 16:00, no Centro de Interpretação de Monsanto em Lisboa. 



A exposição estará patente de 22 de Maio a 30 de Junho. 

Horário:
2ª a 6ª | 9h30 às 17h00
sábado  | 9h30 às 18h00
domingos e feriados | 14h00 às 18h00

Depois será itinerante com datas e locais a anunciar oportunamente.


domingo, 19 de maio de 2013

Casével





Por ali as pessoas deixaram de passar
já não vivem o tempo e as suas cicatrizes,
as paredes da estação do comboio são livros sem estante
suportam as fendas da solidão e a queda dos olhares.
as construções de outrora são alvo frágil das ervas e da aragem fria,
onde um grito confunde-se com uma língua vento
onde não há nomes que possam ser chamados de volta
porque as pessoas, por más ou boas que sejam, deixaram de estar.

Hoje imagino as sombras dos passageiros a sair das carruagem do comboio
os beijos e o reencontro dos amantes em abraços de almas apartadas,
as malas cheias e as mercadorias seladas e o desnível do destino,
a fuga do passado pelos carris que se estendia horizonte a dentro,
oiço as mãos da terra a amanhar trigo e o eco dos cantares alentejanos pelas planícies.

Agora que as cegonhas ocuparam a estação
e os falcões passaram a entrar e sair pelas janelas,
só as estepes suportam avalanches de memórias
de um dia em que havia pessoas para contar os dias.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Jogos Solitários







Nunca tive muito jeito para jogos.

Com o berlinde abafador de mundos quase nunca acertava nas covinhas escavadas na terra. Consequência de tanto falhar o alvo acabava por perder as preciosas esferas de vidro para os meus rivais. Também nunca consegui terminar a combinação mágica do cubo Rubik, mesmo fazendo batota, arrancando  os quadradinhos coloridos, porém quando chegava a altura de montar o cubo com as cores arrumadas por faces, havia sempre uma peça que não encaixava.  As mais altas construções de Lego não me deixavam ficar mal, contudo não era um jogo; a não ser quando destruía as torres maiores e as peças voavam para longe e passava semanas a procurá-las. No mundo dos puzzles só me aventurei uma vez, todavia não gostei da resistência do material quando molhado em leite.

No jogo dos quatro em linha perdia para a minha prima. No jogo da bisca, com cartas de naipes proféticos, perdia para a minha avó e no dominó perdia para o Sr. João. Só de recordar esses momentos, apetece-me jogar e perder e voltar a perder de novo, para recomeçar um outro jogo onde se ganha saudade e memória.
Os jogos de futebol de rua correram bem até ao dia em que tentei um pontapé de bicicleta mas um defesa da equipa adversária deixou-me com o pé esquerdo virado para a direita. Nunca mais dei um pontapé como deve ser, remate colocado ou de bico. Depois vieram os jogos de computador. Nessa fase lembro-me de deixar uma namoradinha adormecer ao meu lado, enquanto esperava que eu terminasse um nível de elevado grau de dificuldade. Só ela para acordar antes que eu conseguisse matar o último monstro, o mais terrível e sanguinário boss; talvez por isso ela dizia: “despacha-te, vamos ao café!”. É importante dizer estas coisas para que não digam que tenho mau perder.

Sempre escolhi jogos em que perder sozinho seria um mal menor. Ainda hoje é assim. Escondo-me em abrigos no meio do mato. Ilhas no meio do nada onde ninguém reclame a incerteza da vitória. Fico horas a fio à espera que apareçam bichos para jogar comigo. Nessas alturas o melhor que me pode acontecer é  que não apareça ninguém a falar de pé.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Entre o sono e o sonho





O meu poema The meeting between Alfred Hitchcock and Edgar Allan Poe foi editado na antologia de poesia contemporânea entre o sono e o sonho da Chiado Editora.

Não era preciso tanto

Não era preciso tanto sofrimento, tamanha dor ou insondável medo, para acreditar em Deus, e nos seus caminhos indecifráveis. veredas inscrit...