A noite ainda não tinha terminado e quando menos se esperava…
Um vulto castanho atravessou-se à nossa frente. Parámos. Sai da viatura. Não vi nada de anormal. Entrei no carro e quando o motor voltou a trabalhar, um coelho olhava-nos com curiosidade. Sem vergonha nenhuma, seguiu em frente, aos pulinhos, sem olhar para trás. Achei piada ao animal espevitado pelas luzes do automóvel. Não tivemos outra alternativa senão segui-lo em marcha lenta. O coelho parecia querer indicar-nos o caminho de saída. Foi então que do lado esquerdo uma Coruja-das-torres apresentou-se num voo silencioso, depois do lado direito outra Tyto alba surgiu numa escolta perfeita. Fiquei intrigado. Um carro a seguir um coelho, com uma Corujas-das-torres de cada lado. O que se significaria aquela estranha manobra? Durante mais dois minutos o coelho e as corujas escoltaram-nos até à saída. Depois desapareceram num manto negro onde todas as palavras ficaram por escrever.
Para nosso bem, há sítios que por mais que queiramos são de todo impossíveis de habitar.
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