pelas mãos do meu Pai
chegou aos meus olhos a primeira máquina de parar o tempo,
uma Agfa Sinette 1 de estojo elegante e manuseio gentil,
quem sabe, mecanismos secretos de uma dimensão por revelar.
capaz de 35 milímetros de paisagem ainda sem nome,
onde as sílabas reluziam numa ténue linha sonora,
entre casas brancas e postigos de rede salgada,
agora que seguro na máquina e sinto a doce intimidação...
como um despertar de um espinho em saudade,
a chuva que teimava cair no rebate da nossa porta,
as gotas suspensas no estendal da roupa e aquele suspiro...
tanto que ficou por dizer, entre vendavais e fotogramas.