sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Para onde vais com tanta pressa?




Para onde vais com tanta pressa?
Ainda há tempo da juventude ver os teus olhos a brilhar  
Corres a bom correr pelas escadarias do metropolitano
De braço engessado e mala da escola ao ombro,
com vontade de chegar cedo antes de tudo ser lugar.  

Quando o metro entrou na gare,
Ordeiramente, no espaço interior, as pessoas acomodaram-se,
Soaram dois apitos e ainda com as portas mandibulares abertas,  
Tu, num salto tão jovem quanto destemido, tentaste entrar,
Puseste o braço de gesso no intervalo que vai do agora ou nunca
As portas não se importaram com o teu esforço ou com a tua pressa,
Fecharam-se, calaram-se, abocanharam o teu medo.

O furão mecânico arrancou em direção aos túneis escuros
Eu na gare ao ver-te levada pelo braço, por aquele bicho de metal;
Gritei tanto, tanto, na urgência que o animal te soltasse,
E tu gritaste com medo de não te ouvirem gritar.
O metro andou poucos metros e depois parou.

As pessoas vieram saber se estavas bem,
Duas pequenas lágrimas sulcaram a tua face
Tremias em palavras breves quando timidamente disseste: 
"Obrigado e desculpem"

e assim foste para as escola onde os professores ainda não chegaram.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Não era preciso tanto

Não era preciso tanto sofrimento, tamanha dor ou insondável medo, para acreditar em Deus, e nos seus caminhos indecifráveis. veredas inscrit...