Outubro 2010. a dez minutos, talvez a quinhentos metros dos portões, quando os pés carregam toda a esperança do corpo.
Ponta da Erva. Liguei a máquina, e de modo mal-amanhado e engenho guloso, tirei uma foto ao caminho que se nos oferecia tortuoso.
Trata-se da zona mais húmida do país. A nível da biodiversidade é uma das áreas mais importantes da Europa com cerca de 14.192 hectares de terreno, composto por montados, arrozais e sapais, onde mais de 200 espécies de aves têm ocorrência regular. No inverno o número de aves aquáticas pode atingir os cem mil indivíduos. Este espaço irá acolher em 2012 o projecto evoa (Espaço de Visitação e Observação de Aves), resultante de uma parceria entre a Brisa – Auto-estradas de Portugal e a Companhia das Lezírias
Os primeiros metros foram soletrados com a cabeça fora da janela. Deixei-me levar pelo suave torpor da paisagem, completamente indiferente às mordidelas dos insectos, qual criança de volta à terra. queria lá saber! O importante era usufruir de cada instante. Por isso mesmo o percurso foi feito em marcha lenta. No meio da estrada um Lavagante-do-Rio ergueu as suas tenazes em sinal de ameaça prometedora, como quem diz "desvia-te do meu caminho!" Com rodinhas de lã o carro avançou sem o atropelar.
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