no colapso ocular dos céus,
a inundação vertia a fúria
num corpo de lama moldado
pelas ruas engalanadas de natal.
ilhas de carros no meio de túneis pantanosos,
sapatos perdidos na avenida e máquinas esventradas,
casas dentro de aquários e árvores vestidas de lixo
boiam nas recém construídas gaiolas citadinas.
a força da água desafia fronteiras imaginárias
e a população não esqueceu o seu menino Jesus,
evitando o naufrágio, limpando o presépio.