segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Lua de Sangue







Pelo céu nocturno, a lua de sangue deixou um rasto de mistério cobrindo a avenida da 
madrugada de vermelho rubro. 

Valeu a pena estar acordado até às 05:00 para puder presenciar este evento lunar que só 
voltará ocorrer daqui a 18 anos. 

Esta foi a conjugação perfeita de fenómenos. Quando eclipse lunar coincidiu com uma 
super lua, no preciso momento em que o satélite estava mais próximo da terra.
Adquirindo assim a tonalidade vermelha, uma vez que deixou de reflectir a luz do sol e 
apenas propagou a luz  filtrada do nosso planeta.








domingo, 27 de setembro de 2015

Refúgio





Com o desmanchar do sol no espelho da lagoa de Melides, as aves reservam o ilhéu para dormitório. Enquanto os humanos, ao longe, observam o rumo da natureza inscrita numa réstia de luz. Para quem não tem asas, a distância entre margens é subtraída pelo brilho das mãos. Os olhos tentam tocar no esvoaçar do horizonte mas apenas desenham esboços de espanto breve. Oiço dizer que enquanto este quadro durar, a paz branca não reconhecerá fronteiras. Todos fugimos de alguma coisa.

Este é um outro refúgio onde abrigamos o olhar antes do anoitecer da humanidade.  

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Lagoa de Melides





do longínquo areal levantam-se cavalos de fogo em indomável galope,
a praia só é praia porque tu a baptizas todos os anos com um nome diferente;
tudo vai e vem com o estrondo das ondas no moldar rochoso das noites mansas
depois do descanso da vista tentas tocar no horizonte e vês que tudo se move
num coágulo prateado de paz lenta,
antes de ouvir chamar o teu nome colocas as nuvens no sítio e arranjas casulo para a lua,
deixas o mar arrumado, a praia estendida e vais...
são estas crinas que te devolvem o trote momentâneo da realidade.

Café Poema - Poesias de Deus e ao diabo | 12 Setembro | 21:30 | Cappucino´s Coffee Shop






Neste Café Poema vamos falar das poesias de Deus e das coisas do “diabo” por intermédio dos livros de José Régio e outros poetas. Iremos ouvir a vossa poesia e as vossas recomendações sobre o que estão a ler e que livro recomendariam para levar para uma ilha chamada amanhã.

Sejam bem-vindos então...



quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Distopia





como são maleáveis as ruas desta outra cidade,
distante e subaquática na distorção do olhar de peixe,
tantas são as avenidas de vidro que formigam de plasma incandescente,
cruzando-se com artérias de seiva animada em fluxo eléctrico,
edifícios vegetais que se movem ante a aragem das orbitas planetárias,
anéis de cristal que elevavam a torre transparente ao cume da atmosfera,
em movimentos explosivos de energia em pleno labor industrial,
tal como as pontes ultra-sónicas que se estendem em língua de camaleão
unindo feridas por cicatrizar deste órgão.

aqui o tempo é uma massa reversível, moldável mediante os nossos anseios.
podemos ir e vir àquele doce instante, vezes sem conta sem criar paradoxos.
temos transportes celulares entre a e b em 4 segundos, unidas as membranas e já está!
desejos satisfeitos entre b e c em 2 segundos, consumados entre fluidos de carbono,
aqui não há lugar para a frustração das manhãs elípticas e nebulosas.
não há barreiras, nem muros ou esperanças adiadas,
não há o meu braço mas sim o nosso corpo,
não há a minha janela: antes a nossa casa volátil.
temos dias em que somos  pulmão e coração de pele translucida,
outros escamas prateadas e guelras perfeitas
e às vezes penas brilhantes de som colorido.

aqui o tempo não manda nada!
tudo acontece da forma projectada pelo grande desenhador
e qualquer traço pode ser apagado e redesenhado tantas vezes...
somos esboços, manchas, borrões, semitons, desfocados, desafinados,
somos todos incompletos e por isso felizes!
ah... já me esquecia, todos temos asas, só que nem sempre as mostramos!

e se por acaso quiseres saber a localização desta outra cidade?
pois bem, olha para os teus pés...
sempre que unes as margens de um rio com palavras e tambores.

BioMelides na feira de Grândola



A BioMelides esteve presente no stand da Junta de Freguesia de Melides na Feira de Grândola.



Foi com muito gosto e com muito calor que apresentámos algumas fotografias do nosso trabalho, tal como o vídeo que estamos a realizar. Fizemos as malas e agora rumamos a Melides.





Chegamos dia 4 de Setembro.


Não era preciso tanto

Não era preciso tanto sofrimento, tamanha dor ou insondável medo, para acreditar em Deus, e nos seus caminhos indecifráveis. veredas inscrit...