quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A iniciação # 6




Outubro 2010. quando inventamos um fuga, por favor, não nos perguntem pela saída. 

De volta à realidade visível, a minha viagem continuava a bom ritmo.

Enquanto olhava o céu, tentava escrutinar da eventual vinda de um aguaceiro, por seu lado, o meu Guia Humano relatava as inúmeras observações que tinha concretizado a certas aves raras. Eu já tinha avistado algumas aves singulares mas poucas com penas. Ciente da minha capacidade imberbe de observador, respondia com monossílabos reveladores da minha parca experiência. Olhei para trás, a estrada ficava cada vez mais pequena. Os grandes braços metálicos da ponte de Vila Franca de Xira desfaziam-se em patamares de fuga, enquanto os meus olhos tentavam focar a interminável Recta do Cabo. O fim da viagem (início da expedição) anunciava-se num breve adejar de horizonte limpo. O carro abrandou e eis que cheguei ao princípio cruel da incerteza. Um cartaz anunciava a promessa de Reserva Natural.
O meu Guia Humano disse, “Chegámos Os portões estavam fechados. Reparei que o acesso era condicionado mediante autorização prévia. Os portões abriram-se após o meu Guia Humano autenticar o seu cartão no leitor magnético. Espreitei pela janela da viatura com intuito de avistar alguma ave que nos recebesse de asas abertas. 

Entrámos na Reserva Natural Ponta da Erva.

Sem comentários:

Enviar um comentário

M22

  Uma lágrima faz estremecer o vinco do lençol imaculado como uma flor ainda sem nome, há dias em que as palavras são audíveis rasgos ...