sábado, 20 de junho de 2015

Jardins intemporais





Lembro-me da maneira carinhosa com que sorrias com os olhos,
a força das mãos dos teus jardins intemporais,
a calvície que te fazia sempre jovem, 
o cigarro povocador a pender no canto do lábio,
ao desafio em palavras cheias de amanhã;
enquanto recordava os caminhos destas memórias,
um passarinho cantava no topo do cedro mais alto

e nós chorávamos o silêncio que demora a percorrer o caminho de sempre.



terça-feira, 9 de junho de 2015

BioMelides: 4º Episódio




Neste episódio filmámos uma borboleta nocturna no seu voo, abelharucos em escavações e outras curiosas manifestações da natureza.






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segunda-feira, 8 de junho de 2015

O quarto







Espreito.
a porta do quarto abre-se com o vento,
duas velhas cortinas varrem o chão,
as partículas de luz fazem das paredes
gigantes assustadores de papel,
enquanto as sombras honram o abandono dos móveis;
na cómoda sobrevivem caixas de comprimidos vazias
e um almanaque borda d´agua desfolhado pelas corrente de ar,
por cima, um santinho de porcelana com o nariz esmurrado
olha à sua volta e espera o regresso das mãos,
ao lado, livros apoiados nos livros solitários,
arrumados pela saudade metódica e sentinela das outras coisas:
óculos, chaves, fotografias mais um relógio de bolso,
mete dó o leitor de cassetes e a expiação de uma cassete "tdk" de fita esventrada
tal como as palavras que escapariam
de em copo vazio com uma colher ferrugenta dentro,
por fim o chamamento de que precisava para entrar.
um raio de luz incide no terço...
enrolado em orações e ladainhas de esperança silenciosa.
aqui o tempo é um bandido cadastrado.

Entro.
ao fundo do quarto, na mesa de cabeceira,
uma caneta de voz trémula oscila manias,
pelos cantos da divisão acumulam-se bichos de pó
juntamente com as alpercatas esfoladas no forro,
e um velho rádio do qual ainda se imagina o eco da missa das seis;
há uns anos, este quarto pequenino era nossa sala, cozinha,
cabine telefónica, nave espacial, extra mundo de cúbica dimensão,
naquela altura como ficava feliz ao ouvir a chave a morder a fechadura,
enquanto, baixinho, rezava sem que soubesse rezar, pelo teu regresso ,
com a lua na mão.




sábado, 6 de junho de 2015

Comemorações dos 500 anos da Torre de Belém



Com projecções multimédia assim se vestiu a Torre de Belém nas comemorações dos 500 anos da construção deste ícone da arquitectura militar portuguesa do reinado de D. Manuel I.














Não era preciso tanto

Não era preciso tanto sofrimento, tamanha dor ou insondável medo, para acreditar em Deus, e nos seus caminhos indecifráveis. veredas inscrit...