Em outubro de 2020 visitei Atenor, uma vila do Município de Mirando do Douro, Trás-os-Montes. Fiquei alojado na Casa da Ti Cura onde fui recebido por entre sorrisos hospitaleiros e gestos atenciosos. Ouvi histórias sobre bichos e homens, com uma naturalidade incrível de quem conhece estas terras, mais parecia que os bichos se roçavam nas nossas pernas e nos mordiam os calcanhares. Pelas ruas da vila, cartazes gigantes dos habitantes locais e da sua honrosa idade, eram exibidos nas casas de granito. Provei a paisagem e os sabores da alma, ao procurar na rudeza da pedra, respostas para o meu coração. A minha desenfreada gulosice apreciou sobejamente o pão quente e as compotas, acompanhadas por bolo de noz. Descansei no silêncio da noite Mirandesa para de manhã cedo dirigirmo-nos para um abrigo, onde com sorte, iria tentar observar o voo da águia-real pelos vales escarpados que ladeiam o rio Douro.
A natureza ditou o seu curso nas garras deste predador. Tive o privilégio de
observar a aguia-real em plena acção. A águia desmembrou um coelho, como exímia talhante, numa brutal
carnificina de rápida ingestão. Assim se ditam as glórias e as fraquezas de
quem foge da fome e de quem corre atrás da fuga. Nenhum outro bicho se
aproximou. A águia-real reinava no seu trono, majestosa e sem coroa, pois dispensa tal opulência e os factos falam por si.
A águia-real apresenta uma envergadura que pode atingir 2.5 metros, pesando até 6.5 kg e atingir a velocidade máxima de 190 km/h. Esta rapina tanto pode pode alimentar-se de animais mortos, como fazer uso das garras e do bico afiado para caçar mamíferos, répteis e outras aves. Esta é umas das aves mais mortíferas do planeta.
Momentos reais!
Passaram-se dois anos e a memória não me deixou em paz. Tinha este artigo por acabar faz tanto tempo, fiz-me a ele e já está!
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