Nas traseiras do Palácio de São Lourenço no Funchal, um bando de 15 canários-de-terra perscrutava o relvado em busca de pequenas sementes. Quando os vi, rastejei sorrateiramente até às aves, qual inofensivo "sniper". Tudo isto para obter uma fotografia com um melhor ângulo e também com melhor luz. O meu lento avançar rastejante não passou despercebido aos muitos transeuntes que passavam pelo centro do Funchal; pensando eles, quiçá, que me tivesse dado uma coisinha má. Os meus amigos depressa descansaram as preocupações dos olhares curiosos com uma lacónico desculpa "está tudo bem, é maluquinho por passarinhos"
Já agora, o canário-da-terra (Serinus canaria) é uma espécie selvagem que pode ser observada apenas nas ilhas dos Açores, Madeira e Canárias, e daqui surgiu as variações do canário doméstico com o seu belo canto que entretém a nossa nostalgia pelas manhãs de outras primaveras. Todavia, se estes canários-da-terra soubessem da clausura a que são submetidos os outros canários à janela, garantidamente, não permitiam que me aproximasse deles, nem a rastejar...
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