A escadaria do metropolitano é uma linha de montagem
na desconstrução do sonho paralelo destes corpos em fuga,
somatório de vultos pelos caminhos entrecruzados,
onde aceleramos o passo e matamos o dia anterior.
a marcha é coordenada pelo ritmo ordeiro e fabril
de um relógio de ponto cardio-atómico,
os sapatos conduzem um véu fantasmagórico,
de quem começa a esgravatar o túnel com os olhos.
os pensamentos em falso, um a um, são esmagados,
atrasamos e antecipamos dores e anseios.
na voragem diária que desejamos descalçar.
o ninho só cai uma vez, depois reconstruímos os braços.
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