segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Hoje estou de partida





hoje estou de partida;
no cais vejo barcos fantásticos
com velas em cruz carne e céu de lusa dor e salmoura,
digo adeus aos amores que ficaram à porta
dos sonhos e das promessas de naufrágio seguro,
e abraço os amigos e as nuvens sempre que digo:
- até
de tão velha que a esperança se tornou
não me chegam 366 luas para amar a noite
e sem levantar os olhos do chão,
procuro encontrar a fímbria da matéria
que desfaz em sorrisos até quem perdeu a boca
mas só encontro patentes de animais polítcos em pecados financeiros.

se Deus quiser, amanhã cedinho, chegarei a esta casa
de tantas partidas apetece-me ser qualquer coisa de novo,
sem esquecer o mapa que desenhei na sola dos sapatos.

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