E se as agulhas ganhassem vida...
agora o dedal procura o seu confessor,
a cabeça do alfinete arde de
saudade,
por lábios molhados que a segurem.
as baínhas das calças sem pernas
de andor
os novelos desfiados enrolados
em gatos tesoura,
imaginários, como a cor de uma
sombra perdida,
"uns pontinhos no pijama velho -
e dura mais um ano!"
aquele elástico-memória sempre
branco demais
os botões casamenteiros das
camisas que procuram casa,
dentro da caixa de sonhos por
reparar,
anseiam pela mão de costureira
íngreme até ao fim.
Sem comentários:
Enviar um comentário