Na goela irrompe a fúria deste vulcão portátil,
a lava é o sangue ferruginoso que queima a garganta,
na boca, uma arma com canos serrados tem o gatilho pronto,
a qualquer momento faço explodir o espelho da paciência,
já está! solto a ira numa cega saraivada de disparates,
não sobra palavra, livro ou perdão depois desta vaga,
digo o que quero e o que não ouso imaginar,
rubro, enraivecido, espezinho, enxovalho quem ousar!
Mas depois vem a queda.
engulo o vidro cinzelado do arrependimento,
assumo a culpa arrancando com os dentes as crostas dos muros,
a calma só volta com o silêncio da pedra.
voltas e mais voltas na cama, à procura de uma desculpa para onde desertar.
Sem comentários:
Enviar um comentário