Sempre julguei ser capaz de defender-te
de palavras como lar, casa de repouso,
residence sénior, nome pomposo,
por outro sítio, além do nosso cantinho.
por mais que tente ser ferro também me vergo
a uma solidão pintada nos olhos das paredes,
uma fralda suja à espera da dignidade nocturna,
ou uma colher que tem que ser guiada até à boca.
a tua força guerreira é um novo planeta
que orbita o meu olhar das seis da tarde,
a memória salta como a agulha de um disco vinil,
repete em lenta rotação: a nossa casinha!
pedes-me para te levar nas falhas dos meus dedos,
ah que noite sem beijo, estamos tão perto da modéstia,
que o nosso pequeno ninho…
só existe quando nele caímos.
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