A mulher de lua esfinge estende-se no areal
do seu ancoradouro faz-se abrigo, enseada
nas suas coxas morenas, desertas, os limos
salgam-me a vontade de vazar maré.
entreabre-se o rubro bivalve salgado,
deixando antever o brinco pérola rosado,
à espera do toque primordial dos dedos,
míngua pelo aconchego na boca de calor.
ah que maleita desgraçada esta!
quebranto febril nesta praia de azar,
cabeça falo que me resta, por ti,
perdi olfato e paladar.
agora sustenho este murcho encanto
de ver passar navios, de farol a quebra-mar.
Sem comentários:
Enviar um comentário