à boca do túnel urbano
desisto da paisagem subterrânea,
os olhos perdem-se na leitura,
a fome do livro puxa-me a
cabeça.
lagrimas afiadas molham a
página,
os carris embalam a carruagem
prenhe:
5 minutos - abre-se a porta ao
formigueiro humano
2 minutos - tudo se esvazia na
rotina do ganha pão.
subo as escadarias em ombros
fantasmas,
enquanto sapatos elétricos esquecem-se
dos seus corpos,
degraus e mais degraus para ter que voltar,
com nódoas negras deste bulir
cerebral.
em
loop sincronizado,
viajo na carapaça deste bicho-de-conta mecânico,
vejo-me a subir as
escadas elétricas, anestesiado, talvez feliz,
ao mesmo tempo que um outro eu
desce, desce, até desaparecer...
na ladainha, suave engano.
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