Não consigo estar quieto!
num frenético desconforto
enrolo-me, cuspo-me para o chão,
idealizo terramotos numa noite eterna.
a abençoada febre despe-me dos suores
não gastos em prazeres fêmea.
sou uma mortalha usada e molhada,
nem para charro de rodada me ajeito.
com olhar de peixe o médico disse:
“incha, desincha, depois passa!”
pego no receituário prescrito e no verso leio:
“como era se ficasse tudo às escuras para sempre?”
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