terça-feira, 11 de julho de 2017

19:00


 





sentas-te ao meu lado e falas da agitação do trilho
o autocarro desvia-se das acidentais crateras
criadas pelo temperamento febril da estrada,
de repente as tuas mãos descem a língua curta da saia,
rente ao flanco desnudo da perna fêmea,
após sorriso de timidez  ajeitas a indiscrição das alças
seguiram-se vários solavancos fazendo estremecer as costas
das cidades plantadas no sopé amarelo.


não sei porque te gastei a vista
com palavras de vidro,
nem sei porque saltaste do outro banco
para o meu lado como um engano de vento,
gostei do paladar que deixaste nas coisas,
juntos rimos dos enganos dos bichos
e das viagens desenhadas nos pontos de interrogação.





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