Dobro a roupa sideral, a tua última indumentaria feliz,
construo montanhas com peças do teu vestuário,
ordenadas por estação, na página gasta do colchão,
as mãos choram o linho que te serviu de aconchego.
eu luto e dizem-me que isto é fazer o luto!
choro pelos dias que nunca mais serão nossos,
pelas sestas da tarde e pelos nossos incógnitos almoços,
chamo-te, grito-te, acordo-me de joelhos na realidade.
fecho a porta do teu quarto para que a roupa respire,
a luz imensamente branca, o tamanho da tua falta.
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