Neste momento em que o fogo queima os cantos da minha boca e a ansiedade corroe-me os dedos. Chove no meu coração sempre visito a mãe no hospital.
A mãe não sabe que dia é hoje, muito menos que horas são. Está atada numa cama e espera a minha visita para me pedir para vir para casa.
Mas tem consciência de que o amor e a saudade são fragmentos que não ocupam espaço nas paredes da alma.
A doença da mãe é crua e cruel, deixa em ruínas o corpo e o cérebro. Captura a esperança lentamente. Eu nada posso fazer. Espero o que não quero confrontar. Tenho medo sempre o telemóvel grita.
Pai, sei que me vês e que me ouves!
Aconchega-nos nestes minutos, antes de adormecermos, mais uma vez, até ao nosso reencontro.
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