os corpos que visitaram esta casa,
deixaram no pó, a queda dos sorrisos,
atrás das portas, escondem-se bichos,
rivais solitários nesta gaiola de grilos.
as sombras que ocuparam este quarto,
reclamam o amor rarefeito pela extinção da cor,
aceitam a confissão de que sozinhos somos maiores
que o espaço por ocupar desta área de vácuo.
quando estou aqui sou proprietário desta dor,
feita da caliça e da humidade com que me alimento,
quando me certifico que a luz ficou apagada e a porta calada,
então, há todo um monstro de plasticina que se anicha no adeus.
sem que nenhum de nós abra as cartas a tempo,
volto 15 dias mais tarde para regar as imitações de deserto.
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