terça-feira, 2 de agosto de 2022

A casa que nunca foi tua

 



os corpos que visitaram esta casa,

deixaram no pó, a queda dos sorrisos,

atrás das portas, escondem-se bichos,

rivais solitários nesta gaiola de grilos. 

 

as sombras que ocuparam este quarto,

reclamam o amor rarefeito pela extinção da cor,

aceitam a confissão de que sozinhos somos maiores

que o espaço por ocupar desta área de vácuo.


quando estou aqui sou proprietário desta dor,

feita da caliça e da humidade com que me alimento,

quando me certifico que a luz ficou apagada e a porta calada,

então, há todo um monstro de plasticina que se anicha no adeus.


sem que nenhum de nós abra as cartas a tempo,

volto 15 dias mais tarde para regar as imitações de deserto.



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