Os comprimidos vão acelerar o ritmo do sangue,
as tempestades cardíacas e as suas raízes,
amansaram as pedras silenciosas que trazes na boca,
ansioliticos coloridos acalmam as tuas fúrias contra o espelho.
Por mais quanto tempo...
o sono ferverá no lume da manhã,
enquanto o pão enchesse de bolor e reclama pela faca,
os telefones tocam, cada um na sua vez,
e a campainha da porta afugenta o carteiro.
Deitado de rosto virado para o tecto solar,
da cabeça da cama até aos pés da praia,
a distância é curta mas tu sais.
não sei por mais quanto minutos, a casa não pede o divorcio
e vai viver com outra casa.
Na rua, sem chão, procuras uma nova vida,
quando o tempo não existe e o espaço é maleável,
tudo o que vemos é uma miragem de reflexos infinitos,
a que chamamos realidade - sofrível!
Por mais quando tempo...
continuaremos a perpetuar disparates,
a amar navios sem volta,
faróis celestes de asa distante,
a querer voar dentro de bibliotecas em chamas?
tudo por causa de um rosto que nos alimenta a fome.
Depois disto, ainda não tenho chamadas Dele por atender.
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