quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Kuhmo e as suas aves

Depois de tomarmos um apetitoso pequeno-almoço no Wild Brown Bear em Kuhmo, perguntei quanto custaria uma visita ao abrigo para fotografar passeriformes. Gentilmente, disseram-nos que para nós "tugas pés de chinelo" seria grátis; a verdade é que mais ninguém perguntou o preço (uns modestos 5 euros). Agradecemos e não perdemos tempo. Encoberto pelas árvores o abrigo fotográfico assemelhava-se a uma misteriosa casa de campo de onde poderiam surgir a qualquer momento duendes e elfos. À porta tínhamos à nossa espera tapetes com vassourinhas afiadas para remover toda e qualquer resto de neve ou terra e assim deixar às instalações limpas. Havia também troncos de lenha, talvez para fazer uma fogueira noutro local, uma vez que o abrigo era totalmente feito de madeira. No seu interior não estava frio e o abrigo parecia estar bem isolado. Antes de montarmos os tripés reparámos que o chão à frente da casa estava completamente coberto por cascas de sementes de girassol e mesmo assim ainda espalhámos mais um punhado que retirámos de um saco. As aves apareceram de forma destemida e de apetite insaciável. 



O vistoso dom-fafe foi uma das primeiras aves a medir a distância entre a timidez e a fome.






A bela fêmea de dom-fafe assemalha-se bastante ao nosso priolo, ave endémica de São Miguel nos Açores.


O pica-pau-malhado-grande pousava de tronco em tronco e aguardava pelo melhor momento para se mostrar.




Até que veio  espreitar se havia sementes esquecidas em cima dos troncos.


Já os pequenos lugres surgiam em grandes bandos num canto hipnótico.


Mais tímido, o tentilhão-montês esperava pela melhor oportunidade para se abastecer de sementes no solo.



Quem diria… consegui um exercício de focagem bem sucedido! O verdilhão que atravessou-se à frente do tentilhão, este último olhava para o solo no encalce das oportunidades perdidas.


Sempre esperto e o oportunista, o gaio veio vasculhar a neve em busca de algum tesouro enterrado e encontrou…


Por sua vez, o pintarroxo-de-queixo-preto surgiu num poiso contemplativo e raramente se misturou com as outras aves.



O esquilo-vermelho que por estas paragens ostenta uma coloração mais clara veio degustar as sementes fresquinhas.



Pelas proximidades surgiram também chapim-monte e chapins da lapónia, porém não permaneceram muito tempo no local e a qualidade das fotos não faz jus as aves. Como tal, essas espécies serão contempladas (com uma qualidade mais aceitável…) no próximo artigo sobre a Finlândia - Kuusamo.

** 05-05-2018 Kuhmo - Finlândia **


Agradecimentos



Ana Frade
José Frade
Wild Brown Bear



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