sábado, 4 de maio de 2024

3:10



Não te liguei para combinarmos o almoço

tampouco para salvaguardar o teu bom sono,

o telefone reclamou pela tua voz,

mas o silêncio de sal sulcou a realidade.


dói-me onde não estás

o vazio que ocupas é esmagador,

as tuas singelas casas são flores que se fecham à noite

o dia é curto e tão depressa não saberei florir.


nesta dimensão sangro a tua saudade,

por aí, imagino que estejas a fazer um doce café,

talvez por essa razão, acordo às 3:10 da manhã,

hora a que disseste Adeus à última pedra do nosso nome.


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