sexta-feira, 7 de abril de 2023

A sala


na tua sala repousa 

uma asa caída de todos nós,

já a janela virada a norte, 

espera que te voltes a debruçar

em busca das escamas de sol.

 

a corrente de ar matinal 

anima as fotografias insolúveis 

ao pó do tempo;

esta sala de luz forte em tijoleira vermelha,

foi o altar da mulher que ainda te ama,

ao lavar-te os pés, fizesse fé ou falta.

 

por esta dimensão...

escasseiam manhãs simples,

em que as sopas de café 

abriam o apetite

da porta da rua...

 

roda viva.





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