terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Terraplanar o inculto

 






o homem tecnológico trucidou o riso da erva daninha,

o que era terreno baldio, onde o bravio habitava a luz,

implodiu num grito que só os pássaros repetiram em fuga,

não contente com a devassa do dinheiro e do condomínio privado,

o homem tecnológico arrancou o coração e a raiz da árvore inocente;

e o casulo da mariposa caiu, tal como o ninho da primavera foi engolido

pela máquina mandibular que comercialmente é ordenhada pelo seu dono,

ao terraplanar as micro-cidades de ecossistemas ainda sobreviventes,

tudo isto em nome de um cubo que se sufoca a ele próprio.


imagino o dia em que outros animais nos darão o mesmo consolo.


 


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