Poema talvez não tanto. No passado dia 5 de Maio arranjei uma maneira para comemorar o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa!
rabo-de-fogo
abriam-se janelas de nuvens pardas,
ao céu envidraçado deste confinamento,
no parapeito manchado de espera,
seguia aquele adejar de contentamento.
ao céu envidraçado deste confinamento,
no parapeito manchado de espera,
seguia aquele adejar de contentamento.
um rabo-de-fogo emplumado
feito pássaro negro-cinza dos infernos,
bicho de tiques modernos,
irrequieto e de fogo de pena arruivada,
brincava de poiso em poiso
em cabriolas de cauda empinada.
feito pássaro negro-cinza dos infernos,
bicho de tiques modernos,
irrequieto e de fogo de pena arruivada,
brincava de poiso em poiso
em cabriolas de cauda empinada.
de cantar estranho quase alienígena,
como quem desfaz esferovite com a mão
alegrava deste a primeira à última manhã,
este pequeno quarto de cabeça coração.
o bicho queria lá saber do outro bicho pandémico
o que ele almejava era papo cheio, pouso altaneiro
e brio na asa;
enquanto eu contava entre a cova dos dedos,
as árvores que me faltavam abraçar.
o que ele almejava era papo cheio, pouso altaneiro
e brio na asa;
enquanto eu contava entre a cova dos dedos,
as árvores que me faltavam abraçar.
ele esfarelava, esfarelava a esperança,
urgentemente nervosa do desconfinar.
05|05|2020
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