sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Em busca do borrelho-ruivo (Charadrius morinellus)


Partimos cedo para Vila Nova de Milfontes com intuito de fotografar o borrelho-ruivo (Charadrius morinellus) uma espécie que visita o nosso país de passagem, nos meses de Setembro a Outubro, privilegiando o sul de Portugal para a sua curta estadia. Das quatro espécies de borrelhos que ocorrem por cá está é a mais rara.

Cientes desse facto, partimos confiantes da nossa sorte e determinação (madrasta ou coragem - seja lá o que isso for). Chegámos ao local indicado pelo amigo Rui Jorge, quando eram 09:00 horas e calcorreamos os terrenos lavrados de binóculos nos olhos e objectivas preparadas, na esperança de avistar a ave.

De trás para a frente, várias vezes, entre sombras e falsos alarmes, contudo nem sinal do borrelho-ruivo. No meio dos terrenos surgiu este alcaravão (Burhinus oedicnemus) bem disfarçado e sempre atento.



Tal como as calhandrinhas (Calandrella brachydactyla) que apareciam e desapareciam por entre as ondas de calor.


Fomos almoçar ao restaurante Oásis com vista privilegiada para o Rio Mira e porque os olhos também comem, deliciei-me com a paisagem enquanto degustava uma carne de porco à alentejana, acompanhada com um vinho bem encorpado e que dava asso à contemplação.

Do outro lado, o Moinho da Asneira cintilava em variações de azul liquido num sempre desejado empreendedorismo por estas terras.


Depois do almoço fomos até Vila Nova de Milfontes, altura em que me perdi em recordações da minha última passagem por esta terra de mão dada com o sol, foi há 15 anos e as diferenças são assinaláveis mas a luz, essa é sempre generosa.



Depois das 17:00, o amigo Rui Jorge juntou-se na busca pelo borrelho e foi graças a ele que o encontrámos. No total eram oito indivíduos que corriam rapidamente, como se a terra lhe queimasse as patas, movidos de uma curiosa vontade, aproximando-se do carro para depois desaparecerem por entre montinhos de terra remexida com o mesmo repentismo encorajador e frenético. Este estranho comportamento contrapunha com o descanso de poucos minutos que algumas aves aproveitavam para fazer depois da corrida de peito feito. Ficavam imóveis e só o olhar mais atento conseguia discernir um borrelho-ruivo no meio das terras.











Missão realizada com sucesso. Foi nesse momento que o amigo Rui Jorge nos perguntou se estávamos interessados em observar a única colónia de borboletas-monarca em Portugal...






Agradecimentos:




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