aos 63 anos, ela disse:
– já são 63... não é brincadeira!
à minha frente, a mulher de quem se diz ter inventado o mundo
enquanto eu contemplava o seu rosto de rosa perfeito - caleidoscópio de recordações
e desenhava nas rugas felizes a guelra do seu nome
percorrendo as vertigens que desaguavam na sílaba de cada sorriso
– 36! – respondi, desafiando-a.
ela a perscrutar no meu rosto o ínfimo sinal de criança
– parece que foi ontem, ainda eu...
siderado com o permutar colorido que subia da flor que lhe ofereci
até aos seus olhos que sem querer me presenteou
– obrigado
enquanto eu saía, a mulher de quem se diz ter inventado o mundo, ficou a olhar para a porta que nunca se fechava no trinco.
Sem comentários:
Enviar um comentário