fomos cinema, teatro, poema,
amêijoas de incerto manjar,
nepalês e de quando em vez,
japonês, sem saber dos olhos os porquês,
estrofe de sabor por degustar.
segredamos a fome da boca
na melodia das mãos e não só,
nós por desatar de uma vontade louca,
quietos, sem dançar, levantámos pó.
na palavra fomos estrada
da fotografia ponto de chegada,
mês sim semana não,
espera de barco sem mar,
ao olhar os pés sem chão.
brindámos à míngua da idade
com chá quente no inverno
e água das pedras no verão,
voz e candura, tal foi o clube de leitura,
onde abrimos janelas em campo de videira,
portas sem par num farol de sol.aqui chegámos desconhecidos,
na sombra ficámos confidentes
se o que de nós sobra é isto...
então gira o mundo inacabado.
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