Situado na província de Cidade Real, na comunidade autónoma Castilha-la-mancha, em Espanha, este parque nacional tem para oferecer um ecossistema único para observação de aves. O transbordo dos rios Gigüela e Guadiana e a inclinação do solo contribuíram para sustentabilidade da biodiversidade, originando zonas húmidas e de pantanal de extrema importância, sendo reconhecido como Reserva da Biosfera desde 1981. A dois quilómetros de Daimiel temos a Lagoa de Navaseca formada pelas águas da estação de tratamento, bastante ricas em nutrientes. Havendo comida com abundância, estão reunidas condições para que uma enorme variedade de aves elejam esta lagoa para nidificação, sendo também um ponto de abrigo e de invernada.
Quando chegámos a recepção do Parque Nacional perguntámos pelo "Bigotudo" ou se preferirem chapim-de-bigodes, prontamente fomos informados dos locais e das horas para melhor observação desta ave. O turismo desta região está perfeitamente consciente da riqueza da biodiversidade e da procura cada vez maior pelo birdwatching e por isso integra uma rede de abrigos para o efeito. E são bons abrigos estrategicamente posicionados para observação ou fotografia de aves. A nível hoteleiro a estadia é acessível e variada, quanto à gastronomia é simples com algumas características de dieta mediterrânea. A relativa facilidade com que fotografámos algumas espécies, fez com quiséssemos voltar a percorrer os caminhos de tábuas elevadas por cima de um magnifico pantanal.
Por cá não precisamos de importar ideias à força. Todavia temos que traçar novos horizontes que contribuam para combater a sazonalidade das praias. Temos que estar cada vez mais mentalizados que vários nichos de turismo contribuem para uma maior variedade de oferta. Turismo de Portugal também deve ser observação e fotografia de aves.
Primeiro o chapim-de-bidodes (Panurus biarmicus) surgiu por entre as canas mas depois foi "escavar" à sombra.
Aos pulinhos assim andava o chapim-de-bigodes em busca de alimento.
Mas não deixa ser uma experiência única observar as suas movimentações.
Nada fácil de observar... porém esta cigarrinha (Locustella luscinioides) estava mesmo por debaixo da janela do abrigo
Mais ao longe a cigarrinha-malhada (Locustella naevia) tentava passar despercebida por entre a vegetação.
Calmamente o pato-de-rabo-alçado (Oxyura leucocephala) cruzou as águas da lagoa exibindo o seu bico escandalosamente azul.
O pato-de-rabo-alçado é raridade em Portugal mas por aqui são comuns.
A pardilheira (Marmaronetta angustirostris) também é raridade por estas terras.
O zarro-castanho (Aythya nyroca) pousou despreocupado bem à frente do abrigo.
A fêmea do marreco (Anas querquedula) brindou-nos com um bater de asas de satisfação.
Num abrigo à beira da estrada era possível observar o empenho deste frango-d´água (Rallus aquaticus)
Numa paisagem imponente de biodiversidade, a espera faz-se pelo regresso das chuvas.
Ao longe agitam-se as águas numa reunião de patos-de-rabo-alçado.
Assim se tece a paisagem de devir constante.
Foi no inicio de Setembro que visitei o Parque Nacional Tablas de Daimiel e fiquei impressionado com a quantidade e qualidade de infraestruturas para a observar e fotografar a avifauna.
Por entre caminhos e veredas do Parque era possível ouvir os chamamentos de tantas aves, mantendo vivo o sonho de as poder registar.
Com vontade de um dia regressar...
E sentir aquela luz do fim de tarde com tantas histórias por descobrir.
Até lá o sol dança...
Agradecimentos: Família Frade
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