Em domingos como este
morre o verão na página de um livro
já lido.
Setembro é apenas um nome como outro
qualquer,
como podia ser: nono-mês-esperança
por isso saímos de casa para apanhar
sol na ponta dos dedos.
no banco do jardim as gralhas ocupam o
lugar da sombra
e riem-se do brilho dos nossos últimos
erros,
timidamente desviamos o olhar e
continuamos o nosso caminho
no compromisso diário de seguir em
frente.
somos distraídos pelo abraço do jardim com árvores seculares,
e pelas máquinas fazedoras de
silêncios
de tantos domingueiros solitários.
como sempre acabamos por ocupar lugar
nenhum.
no final do dia julgamos que o domingo
serve para isto mesmo,
uma vez renovado o ciclo da língua e
da lágrima tudo o resto é ganho.
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