Lá no alto,
seguimos o voo dos grous num balão de ar quente
cá em baixo,
a planície alentejana era povoada por árvores rubras
que avançavam um metro por cada ano de felicidade
Por outro lado,
o Alqueva e as suas mãos de terra viva moldavam a paisagem
arrastando para a margem as cascas das azinheiras
que na noite de todos os santos gritavam pela revolta das coisas que não voltam
Continuámos a nossa viajem de balão sem sentir os pés.
Os lábios gretados pelo silêncio frio
prenunciavam palavras que doutra forma pareceriam versos.
Os olhos fustigados pela geada interrompiam a alegria das lágrimas de tocar na solidão.
A mais de 200 metros de altitude tudo nos parece pequeno,
e até aceitámos a queda de forma pacifica e meramente corporal.
Nunca pensámos na morte certa. Nem tivemos medo.
O adormecer do sol era a moldura perfeita que nos agarrava pela fala.
Dois minutos depois,
O fogo que mantinha o balão a flutuar calou-se,
e nós fomos até onde os Grous nos permitiram sonhar com uma réstia de eternidade.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
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