Passaram 101 anos após a catástrofe.
a atmosfera transformou-se num miasma irrespirável
obrigando os homens e os animais a uma grande debandada,
e com eles desapareceu a cadência da noite e dos dias
numa penumbra ácida sem sombras nem receios,
porque afinal;
não havia homens nem bichos dos quais pudéssemos ter medo,
só a sede e a seca fazia sangrar as últimas ervas daninhas.
Hoje, 101 anos depois,
um bando de sobreviventes cruzou o sol vermelho,
sobrevoando a planície deserta das terras inférteis
num planalto cinzelado,
lá de cima contemplam a ausência do toque humano
sem vestígios da história ou remorsos do tempo
como se fosse a primeira conquista dos que voltam
e a última descoberta dos que ficam
Se algum dia a humanidade entrar em vias extinção
passaremos a dar valor às ruínas e às casas abandonadas
das quais, um dia fizemos livros,
e outros mecanismos de contar sobrevivência.
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