domingo, 4 de setembro de 2011

Joaninha-amarela




No teu dorso amarelo salpicado por pintas negras,
imagino o requinte da joalharia que inunda os olhos
dos fabricantes de sonhos e outros dissimuladores virtuais;
como desejaríamos andar enfeitados por insectos vivos de luz!
no colarinho da camisa, na gravata aperaltada, 
ou na língua bifurcada por um piercing insectívoro;
mais  tarde e talvez mais satisfeitos...
sentiríamos que a linguagem da dor,
proferida pelas alfinetadas ao rasgar o melindre da pele,
são o único sabor que a realidade nos oferece.

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