segunda-feira, 9 de agosto de 2010
aluga-se
[porque a vista também come]
a estrear o corpo e o soalho fino
mais o tecto falso as aduelas e os caixilhos
das janelas o vidro duplo e o silêncio interior
o espaço sempre maior que o canto
nas paredes a imensa tela virgem de histórias por contar
o cheiro a diluente tinta misturada e distendida
no encanto da cal em miniatura de sonho
as portas sempre abertas para arejar o cheiro a novo
a marca subtil da mão no jeito da maçaneta
[porque às vezes a boca também vê]
vistas largas, desafogadas, áreas honestas
sem rumores de vizinhos e ainda sem fantasmas
sem discussões, sem estrondos nem dormidas no sofá
nem fila para ir à casa de banho que aflição medonha
para isso é wc no quarto e já está
[porque bem vistas as coisas - não é muito caro]
muito pelo contrário T1 e T2 ou T3
as divisões sem divisão na sala na cozinha
ou no hall ou até quem sabe open magnífico space
e depois é ver os risos presos por duas molas nos estendais da roupa
e assim se vive feliz
nesta casa novinha em folha, suspensa no cimo da única árvore
que resistiu aos incêndios de outras tantas partidas estivais
[porque a memória também se alimenta do erro]
aluga-se ou arrenda-se, melhor que isto só dado.
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