Partimos de manhã cedo em direcção ao Cabo Sardão, freguesia de São Teotónio em Odemira, terra do meu Pai e um pouco minha também. Levávamos na bagagem esperança redobrada com o intuito de observar uma raridade recentemente avistada no local. A trepa-fragas ou trepadeira-dos-muros, uma pequena ave que orgulhosamente exibe as suas asas carmim durante as movimentações pelos rochedos Chegámos cedo e iniciámos as buscas, contudo a procura tornou-se longa e infrutífera. Faz parte da história. Juntaram-se mais amigos, trocaram-se ideias e brincou-se sobre aos sucessos e os infortúnios destas lides. A ave não apareceu mas fizeram-se ainda mais novos amigos e isso é já é uma rara descoberta.
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Lá em baixo a força da água alimentava-nos de respeito com os consecutivos rastos do tempo cravados na rocha. Rebentação. Renovada finitude dos reencontros entre a água e a pedra. Tal como nós, os sorrisos que se trocam entre povos diferentes, tudo nos aproxima e nos afasta. As caras que julgamos novas, outras geometrias, máscaras de nós próprios. A redescoberta, a queda dos nomes no eco da memória. Novo é o nome que damos a um abismo.
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Durante a estadia, o local foi visitado por muitos turistas que se sentiram maravilhados com a paisagem. E não é para menos. Almas repletas de mar.
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