Irrompia de cor a avenida maior das vozes livres,
a via estava desobstruída dos fosseis agora imóveis,
e dela desciam homens e mulheres de sol bravo
reivindicando o dia dos dias como bandeira maior.
O corpo amplo da avenida Abril
pertencia às vozes soltas e ao arrastão das mãos,
fieis arrendatários das palavras de ordem
e dos cartazes vestidos de cartão de visita.
Libertos os estudante e os reformados,
os oprimidos e os desempregados
os trabalhadores e os silenciados,
tantos outros, ainda mais mal pagos.
Todas estas sombras luminosas desceram a avenida
e conquistaram o traço continuo e a via do bus
ultrapassando partidos e politicas que se esquecem,
de serem feitas de carne e osso.
Aqui e ali marés magníficas de humana convicção:
uma menina de reguila idade ostentava palavras
contra a crueldade dos horários desregulados,
que levam pais apartados a não verem crescer os filhos.
Ao lado, as forças de ordem reclamavam melhores condições,
enquanto outros polícias guardavam estas explosões,
seguidos de perto por uma octogenária de bengala e cravo na mão,
com pressa desafiava o fogo e a guelra desta ainda jovem revolução.
a voz do povo cobriu abriu a avenida Abril de pétalas vivas
do tempo virá o tempo em que do alcatrão nasceram flores
e das palavras de ordem ecos de conquista.
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