Eram 06:30 quando acordei com o sinal evidente da chegada da primavera. Do alto dos pinheiros ecoava o alerta sonoro do cuco-canoro (Cuculus canorus). Uma onomatopeia dissilábica num característico "cucu-cucu". Esta ave não faz ninho, muito pelo contrário, opta por colocar um ovo no ninho de outras espécies hospedeiras (petinhas, rouxinóis) para que estas possam assegurar a sua descendência. Aqui impera a lei do mais forte e do mais dissimulado. O cuco recém-nascido começa por remover do ninho os ovos da espécie hospedeira, garantindo assim o centro de todas as atenções e cuidados. Os pais multiplicam-se em esforços para que nada falte ao falso filhote. Nem desconfiam do tamanho da ave que estão a criar ser muito superior ao seu. Por vezes, a sobrevivência de uma espécie faz-se com os insondáveis voos da natureza.
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