domingo, 26 de janeiro de 2014

Um cavalo num dia de chuva





Os cavalos que saltam dos teus cabelos são tão reais como os beijos que demos.
indomáveis  ao vento, nos minutos em que a chuva sabe a campo,
desfiados e húmidos como a fibra de um dióspiro nos lábios maduros de frio
e com isto esperámos a chegada do nosso tempo
naquelas tardes onde bebíamos chá e água da serra
aguardando que o comboio a vapor chegasse carregado de palavras e largura de poema 
nós, à beira da estação, víamos os passageiros fantasmas saírem das carruagens
e montarem equinos brancos para depois correrem em direcção à praia de Carcavelos.

Mesmo que isto nunca acontecesse e o amor fosse uma nuvem passageira, 
o sonho está ao alcance daqueles que olham o céu em dias de chuva
e vêem cavalos brancos em cada nuvem.
Ah! Como é bom partilhar a sede temporal de um dia. 
O mesmo espaço-tempo onde a margem da dimensão pouco importa.
e mesmo que a realidade seja a preto e branco, 
há sempre uma surpresa para os que dizem primeiro:
 Eu vi.



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