Os cavalos que saltam dos teus cabelos são tão reais como os beijos que demos.
indomáveis ao vento, nos minutos em que a chuva sabe a campo,
desfiados e húmidos como a fibra de um dióspiro nos lábios maduros de frio
e com isto esperámos a chegada do nosso tempo
naquelas tardes onde bebíamos chá e água da serra
aguardando que o comboio a vapor chegasse carregado de palavras e largura de poema
nós, à beira da estação, víamos os passageiros fantasmas saírem das carruagens
e montarem equinos brancos para depois correrem em direcção à praia de Carcavelos.
Mesmo que isto nunca acontecesse e o amor fosse uma nuvem passageira,
o sonho está ao alcance daqueles que olham o céu em dias de chuva
e vêem cavalos brancos em cada nuvem.
Ah! Como é bom partilhar a sede temporal de um dia.
O mesmo espaço-tempo onde a margem da dimensão pouco importa.
e mesmo que a realidade seja a preto e branco,
há sempre uma surpresa para os que dizem primeiro:
Eu vi.
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