No verão, crianças bomba atiram-se do pontão com o estrondo,
em brincadeiras de pele queimada e areal derramado pelo horizonte próximo;
são sempre poucos os mergulhos no desconhecido que desafiam o medo e a esperança!
no inverno, em fins de semana cinzentos, os pais regressam ao mesmo pontão,
tiram medidas às sombras e descobrem sempre novos silêncios;
lentamente, hesitam nos passos e procuram no mesmo fio breve de sonho,
respostas que encham a boca e os olhos aos filhos.
nestes dias, na mesa não se cala outra coisa senão o futuro,
sem que os pequenos os ouçam, eles perguntam-se num auto de fé:
para onde foste Portugal?
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