Por mais mimos com que te adorne
na visita ao cadeirão do hospital,
as dores não te largam o corpo,
o mal aperta o cerco, não te deixa em paz.
sem veres, procuras as uvas no prato,
os dedos trauteiam uma busca melodiosa,
por fim, levas à boca, porta dos afectos,
o fruto e o sumo dos teus quintais.
pedes dúzias de vezes: "filho leva-me para casa!"
eu respondo: "só o senhor doutor é que sabe quando!"
porém, no sentido das coisas indecifráveis,
apenas Deus nos acalma quando silencia o vento suão.
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