Podia começar e acabar assim. Vezes sem conta; o mesmo movimento, numa repetição contínua, num ciclo de intervalos perfeitos, entre a massa de água e o animal que se agiganta num salto gracioso. Uma explosão líquida. Os olhos molhados pela bofetada de sal, o rosto encharcado pelo ecoar da adrenalina em gritos que espicaçavam as ondas, um barco prestes a desfazer-se em felicidade. Humildemente, senti que não sabia nada, não controlava nada, era apenas mais um salpico de espanto, sacudido pela enorme barbatana que nos dizia adeus. No meio do oceano Pacífico, esta baleia-de-bossa, gravou na minha memória este instante que dificilmente irei esquecer. Humildemente grato e consciente da finitude da minha praia.
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