Com intuito de observar algumas espécies emblemáticas da Reserva Natural do Estuário do Tejo, fizemos a nossa primeira visita do ano à Ponta da Erva. Desde já confesso a minha admiração por aves de rapina e nesta saída de campo fomos brindados com o vislumbre de uma espécie que muito me apraz registar - águia-de-Bonelli (Aquila fasciata).
Mas não foi só, ainda observámos uma águia-pesqueira, corujas-do-nabal, bútios e tartaranhões, entre outras aves que constam da lista realizada pelo José Frade. Para combater o frio que nos desinquietava as orelhas, alimentámos o estômago com carne e regámos o almoço com um vinho local, havendo ainda tempo para um brinde com macieira a estes efémeros dias de Janeiro.
Os diapositivos que restaram da voragem apagadora.
As corujas-do-nabal estavam escondidas por entre a vegetação e assim que a nossa presença se fez notar, levantaram voo mas sempre a controlar as nossas movimentações.
De olhar inquisidor este curioso bútio não parecia muito preocupado com os homens que se escondiam atrás das objectivas
Ao longe uma águia-pesqueira exibia o seu troféu pelos céus da lezíria.
Aquando dos últimos raios de luz, surgiu este imponente exemplar de águia-de-Bonelli (Aquila fasciata) a rasar as nossas cabeças e o nosso espanto. Nós a tentarmos sair do carro à pressa para fotografar e o bicho quase a cobrir da viatura com a sua sombra. Em silêncio tirei 3 fotografias e contemplei a envergadura imensa do seu lento adejar, ao mesmo tempo que o sol caia na lezíria. Eu sei que a luz não era a melhor nem o ângulo o mais favorável, contudo, desde o primeiro clique, fiquei com a sensação de serem estes momentos únicos e por isso mesmo, indeléveis e memoráveis, onde a foto é só e apenas o engenho temporal.
Cá em baixo, ficam reflexos de uma procura constante.
Ficámos sem saber se foi assim o nascer do sol ou o cair do dia e ainda bem.
Agradecimentos:
José Frade
Luís Arinto
Humberto Matos
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