A medida do tempo e da felicidade são sempre aspetos tangíveis a uma determinada realidade - a nossa perceção do aqui e agora começa sempre depois de termos sido felizes. Foram precisas algumas horas para filmar um minuto. Sem incomodar as rotinas dos bichos, o abrigo fotográfico foi instalado a uma distância considerável do ninho. Depois foi esperar em silêncio até que as aves se mostrassem. O chamamento dos progenitores era perfeitamente audível, incitando o gavião juvenil a sair do ninho para depois voltar cada vez mais confiante das prospeções que efetuara. Sempre com o olhar atento dos pais, assim foram ministradas lições de reconhecimento e caça pelas redondezas, em voos rápidos, furtivos, dignas de uma nobre ave de rapina.
Já a noite se desfizera em promessas e eu ainda estava no abrigo sem precisar de palavras ou outras mundanas tentações, servia-me de alimento a melodia do vento. A natureza tudo pode e eu humildemnte agradeci o privilégio por estes momentos únicos.
O que se vê neste vídeo é sempre pouco.
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